segunda, 04 de novembro de 2019 às 15h:13

Cerca de 3,9 milhões de estudantes compareceram ao primeiro dia de prova do Enem 2019. Muitos candidatos foram pegos de surpresa com o tema da redação, intitulado: “A democratização do acesso ao cinema no Brasil”, assunto pouco abordado nas últimas edições do exame.

No entanto, para a professora de redação do Canal Educação, Flávia Lêda, o tema não foi um empecilho escrever uma boa argumentação. “Os vários temas abordados no eixo-temático cultura forneceram aos alunos ideias suficientes para uma argumentação consistente e conectada ao tema. A surpresa veio exatamente da expectativa por outros temas considerados como problemáticas mais relevantes e mais amplamente discutidas no cenário político-social”, explica.

Em relação à prova de linguagens, Flávia pontua que foram abordados conteúdos sobre gêneros textuais variados, com interpretação de gêneros, função sociocomunicativa, estratégias argumentativas, exploração de conteúdos linguísticos (verbos, pronomes, função da linguagem, etc), artes, tecnologia da comunicação e da informação.

“Com certeza foi uma prova bem plural, predominantemente verbal, o que exigiu maior preparação dos vestibulandos nesse sentido”, afirma.

A professora ministra Oficina de Língua Portuguesa para os alunos do ensino médio pelo Canal Educação. Durante todo o ano, as aulas abrangeram questões sobre atualidades e planos textuais. “Nossas aulas, indubitavelmente, fizeram a diferença, posto que nelas se explora os mais diversos gêneros, assim como aspectos da constituição desses textos (função, estrutura, elementos composicionais). Os alunos do Canal estavam preparadíssimos para essa prova”, afirma.

De acordo com o técnico Marcos Medeiros, que fez o Enem pela primeira vez neste ano, o tema foi uma grande surpresa, principalmente devido a atual conjuntura política que vive o país. “O acesso à cultura é um direito constitucional e como tema de redação nesse nível abre a oportunidade para ampla discussão, principalmente a nível social. Não é somente sobre o acesso às sala de cinema, mas, principalmente, incentivo as produções nacionais que retratem a nossa riqueza cultural e que explore nosso potencial de produção em meio aos cinemas mundiais”, finaliza.

ACESSO AO CINEMA NO PAÍS AINDA É DESPROPORCIONAL

Apesar do crescimento de novas salas de cinema no Brasil, a número ainda é desigual nas regiões Norte e Nordeste em relação ao restante do país. De acordo com o último Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro, divulgado pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), das 13 unidades federativas com menos de 70 salas, 11 encontram-se nas duas regiões, incluindo o Piauí.

Em nove anos, a proporção entre o número de habitantes e o número de salas de cinema disponíveis no Piauí ainda está entre as piores do país.

Ainda segundo os dados, o Distrito Federal e São Paulo (43.654) aparecem no topo da lista como os melhores, enquanto os estados que apresentam as piores proporções são Bahia, Pará e, novamente, o Piauí.

Além disso, o cinema continua sendo inacessível para grande parte da população. Somente 10,7% das salas de exibição mantêm seu funcionamento de forma independente de complexos comerciais, ou seja, são classificadas como cinemas de rua. Já 89,3% está localizado em shopping centers.

Texto: Daniely Viana/Ascom Canal Educação

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